Agora, desse passado real ou hipotético, ele está excluído; não pode parar; deve prosseguir ate uma outra cidade em que outro passado aguarda por ele, ou algo que talvez fosse um possível futuro e que agora é o presente de outra pessoa. Os futuros não realizados são apenas ramos do passado: ramos secos.
— Você viaja para reviver o seu passado? — era, a esta altura, a pergunta do Khan, que também podia ser formulada da seguinte maneira: — Você viaja para reencontrar o seu futuro?
E a resposta de Marco:
— Os outros lugares são espelhos em negativo. O viajante reconhece o pouco que é seu descobrindo o muito que não teve e o que não terá.”
Ítalo Calvino - Cidades Invisíveis - p.30
Só eu conheço o prazer da paisagem branca.
2 comentários:
Lindo...
No inicio era o “branco” ….. que imperava
Será que podemos dizer que tudo vem do “branco”?
Que tudo acaba no “branco”?
Que o “branco” é uma espécie de palco/cenário para tudo o resto?
O “branco” será a uma “totalidade”?
Um fim?
Um meio?
A cor de partida… ? A meta na chegada?
Será o caleidoscópio do todo e do nada?
No branco o TODO e o NADA poderão coexistir?
Qual será a fronteira do “branco”?
Deste universo de interrogações só tenho uma certeza!
São poucos os eleitos que compreendem o branco! E mais restrito ainda é o grupo dos que sabem trabalhá-lo! Dos que sabem dialogar com ele!
E tu és sem dúvida um desses eleitos.
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